*Por Alexandre Abdalla
No mercado tecnológico atual, o sucesso vai além de boas ideias: depende de equipes de produto preparadas e alinhadas. O modelo Untrapping Product Teams busca libertar times de práticas ineficazes, permitindo foco no essencial: resolver problemas reais e gerar valor sustentável. Ele transforma equipes em agentes de mudança, superando desalinhamento de prioridades, burocracia e métricas pouco relevantes.
O modelo se baseia em pilares claros. A autonomia estruturada oferece liberdade para que os times definam como alcançar seus objetivos, sempre alinhados às metas estratégicas da empresa, combinando criatividade com direção clara. O foco em resultados prioriza métricas que geram impacto, como retenção de clientes e satisfação do usuário, em vez de um grande volume de entregas. Já a colaboração une áreas como design, engenharia e negócios, promovendo soluções completas e alinhadas ao mercado.
Implementar esse modelo exige atenção à estrutura e à cultura da empresa. O primeiro passo é redefinir o papel da liderança, que deve abandonar o controle tradicional e atuar como facilitadora. Líderes precisam remover barreiras, estimular a autonomia e criar um ambiente onde os times prosperem. Além disso, organizar as equipes com missões claras, como aumentar conversões ou melhorar experiências específicas, traz mais foco e propósito.
Outro aspecto essencial é o uso de métricas orientadas ao impacto. Substituir indicadores de produtividade (como o número de entregas) por métricas reais, como Net Promoter Score (NPS) ou redução de da taxa de evasão, conecta diretamente o trabalho das equipes aos objetivos estratégicos. Para sustentar essa abordagem, é fundamental cultivar uma cultura de aprendizado contínuo, incentivando experimentação e uso de dados para validar hipóteses. Isso não apenas melhora a entrega de valor, mas também prepara os times para mudanças rápidas do mercado.
Adotar o modelo Untrapping Product Teams vai além de melhorar a eficiência operacional: é uma transformação profunda na essência da organização. Equipes mais autônomas tomam decisões com agilidade, eliminando burocracias. Isso aumenta o engajamento, motivação e compromisso dos profissionais, que enxergam o impacto real de seu trabalho. Focar nos problemas certos dos clientes resulta em produtos mais relevantes e alinhados às necessidades do mercado. Além disso, essa abordagem permite a aplicação consistente e escalável de práticas ágeis, mesmo em grandes empresas.
*Alexandre Corsi Abdalla possui uma carreira construída nas áreas de Administração e Tecnologia da Informação, com experiência nos setores financeiros, varejo, saúde, logística, alinhado com operações globais nas organizações: Banco Original, Banco BMG, Totvs, Ambev, Bematech, Atos Bull, Banco Votorantin, Solera, Ramo Sistemas, Serpro, Infraero e Peugout&Citroen Brasil. É cofundador da PPM Education e foi professor de instituições como Conquer, Descola, Fpass, Tempo Academy, Target Trust, Impacta, Caroli.Org e Managment 3.0, além de palestrante em empresas como Linkedin Brasil, Agile Trends, Agile Brasil, TDC São Paulo, Rocketset (ASSEMBLE) e Social Media Week.